O que é CMV (custo de mercadoria vendida) e como calcular?

O que é CMV (custo de mercadoria vendida) e como calcular?

Você sabia que ter o faturamento em alta nem sempre indica uma situação financeira favorável? Você entende o peso dos produtos vendidos sobre o lucro? Se não, está na hora de conhecer o que é CMV (Custo de Mercadoria Vendida) e qual a importância desse indicador para o sucesso do seu negócio.

Vamos supor que você tem uma loja de camisetas, mas não é o fabricante dos produtos e sim o revendedor.

A cada venda, o valor que é recebido pelo produto não corresponde ao lucro que você terá, certo?

Para encontrar o lucro, é preciso descontar desse valor as despesas que teve com a obtenção do produto.

Esse é o Custo da Mercadoria Vendida do produto, ou o CMV. Esse é um dos conceitos mais relevantes na administração financeira, mas ainda ignorado por parte dos gestores.

No entanto, é muito simples entendê-lo e passar a controlá-lo para começar a precificar seus produtos adequadamente. Esse dado é muito importante, também, para a realização do balanço anual contábil.

Pensando nisso, neste artigo vamos explicar o que é CMV, qual a sua importância dentro de uma empresa e como calculá-lo de maneira apropriada. Ficou interessado no assunto? Então, continue a leitura!

O que é CMV?

Pare um minutinho e pense: o que é, de fato, o lucro? Essa parece uma pergunta boba, uma vez que é um conceito que rege a vitalidade do negócio. Entender o conceito de lucro é importante para saber o que é CMV.

O lucro é a diferença positiva entre as receitas obtidas por uma empresa e as despesas em um determinado período.

Mas o que poucos entendem é que o lucro não é calculado somente levando em conta rendimentos e despesas. É aí que entra o cálculo do CMV.

O Custo de Mercadoria Vendidas (CMV) é o cálculo detalhado de todas as despesas obtidas durante o processo de venda de uma mercadoria.

Isso inclui os custos com produção, transporte, armazenamento e qualquer detalhe que antecede a venda.

O cálculo do CMV permite ter uma visão correta e completa sobre os gastos e lucros do negócio, além de auxiliar na decisão da composição de preços para cada uma das mercadorias.

Ao invés de medir o lucro, o CMV parte da premissa de que o sucesso de determinado produto não é medido pela quantidade de saídas do estoque, mas sim pela quantidade de itens que sobraram, uma vez que o armazenamento pode gerar prejuízos para a empresa.

Qual é a importância deste cálculo para a minha empresa?

Se você se concentrar em apenas aumentar o faturamento do negócio e deixar de lado alguns cálculos de gestão, pode se enganar e achar que está lucrando mais do que a realidade.

Ao estudar o que é CMV, você percebeu que este é um indicador que considera gastos para produzir (no caso da indústria) ou armazenar (no comércio) um determinado item até que ele seja negociando com o cliente.

Se você fabrica bombons e vende, ou então revende picolés, por exemplo, nos dois casos assim que o consumidor sai com o produto o valor da transação entra na conta do faturamento, mas não do lucro.

Em ambos os casos, é preciso descontar o gasto com a produção ou obtenção do item vendido.

Saber o que é CMV permite encontrar o seu lucro bruto, ou seja, o que gastou e o que recebeu em determinada transação comercial.

Esse indicador é melhor utilizado em pequenas indústrias e comércio nos quais não há grande variação de custos, ou seja, onde há algo mais próximo de um custo padrão.

O cálculo do CMV é essencial tanto para estabelecimentos físicos quanto virtuais, revendedoras e fábricas, para saber exatamente quanto é gasto com cada produto que fica armazenado em seus estoques.

O Custo de Mercadoria Vendida serve, em suma, para obter um controle mais preciso da situação financeira e contábil da empresa em relação às suas vendas.

Como calcular o CMV?

Agora que você sabe o que é CMV e a importância de calcular este custo, é hora de colocar a mão na massa!

A fórmula do cálculo do CMV pode ser diferente de acordo com o tipo de inventário que será aplicado ao cálculo, gerando duas alternativas:

Inventário periódico: é utilizado na contagem de estoque físico em períodos de tempo determinados, de acordo com a necessidade da empresa.
Inventário permanente: esse é um sistema que controla cada entrada e saída de mercadorias e recursos de uma empresa, sendo atualizado em “tempo real”.
Atenção! O inventário periódico só existe a partir da manutenção do inventário permanente, que é o que mantém atualizações diárias e o fornecimento de dados necessários para calcular o custo da mercadoria vendida.

Dentro desses dois tipos de inventário, o CMV ainda pode ser calculado considerando duas unidades de medidas distintas, o que não vai alterar a fórmula.

Por mercadoria: permite fazer um balanço do estoque em quantidade e pode ser muito útil para o departamento de operações.
Por saldo monetário: a unidade de medida é em valores, o que é muito útil para avaliações financeiras. Serve para mensurar os ativos da empresa em termos de estoque.

Cálculo do CMV por inventário periódico

Com o cálculo do custo de mercadoria vendida pelo inventário periódico, encontra-se o custo das mercadorias vendidas pela diferença, e não por cada venda concretizada.

Por mercadoria

As variáveis que entram para o cálculo estão descritas são:

Estoque inicial (EI)
Compras (C)
Estoque Final (EF)
Custo de mercadoria vendida (CMV)
A fórmula para cálculo de CMV no inventário periódico será:

CMV = EI + C – EF.

Essa é a fórmula mais utilizadas para o cálculo de Custo de Mercadoria Vendida.

Supondo que tenhamos um estoque com 300 itens de uma mercadoria, compramos 500 itens novos e temos um estoque final de 350 produtos, o cálculo do CMV é 450.

Por saldo monetário

Nesse caso, utiliza-se a mesma fórmula. No entanto, os valores assumem, de fato, o formato de saldo monetário.

Vamos considerar as seguintes variáveis:

Estoque Inicial (EI) = R$ 3.000
Compras (C) = R$ 5.000
Estoque Final (EF) = R$ 3.500
Custo de mercadoria vendida (CMV)
Nesse caso, o Custo de Mercadoria Vendida (CMV) é de R$4.500, obtido através do cálculo CMV = 3.000 + 5.000 – 3.500.

Cálculo do CMV por inventário permanente

No inventário permanente, o registro de estoque ocorre pela aquisição e venda de mercadorias, em tempo real.

Já que a apuração é feita pelas entradas e saídas do estoque, o cálculo de CMV pelo inventário permanente vai adicionar outras duas variáveis à operação:

Devoluções de Venda (DV): é o número de mercadorias que voltaram ao estoque por logística reversa;
Devoluções de Compra (DC): as devoluções de compra são os produtos que foram devolvidos ao fornecedor. Quando há devoluções, os produtos saem do estoque.

Por mercadoria

As variáveis envolvidas no cálculo são:

Estoque inicial (EI)
Compras (C)
Devolução de vendas (DV)
Devolução de compras (DC)
Estoque Final (EF)
Custo de mercadoria vendida (CMV)
Supondo que, novamente, tenhamos um estoque com 300 itens de uma mercadoria, compramos 500 itens novos e temos um estoque final de 350 produtos, o cálculo do CMV é 450.

Consideramos, ainda, que devolvemos 15 mercadorias para o fornecedor (que saíram do nosso estoque) e tivemos 10 mercadorias devolvidas via logística reversa.

Nesse caso, a fórmula para cálculo no inventário periódico é mais longa, confira:

CMV = EI + C + DV – DC – EF

CMV = 300 + 500 + 10 – 15 – 350

CMV = 445

Por saldo monetário

Nesse caso também se utiliza a mesma fórmula anterior. Os valores assumem o formato de saldo monetário.

Considerando as seguintes variáveis:

Estoque Inicial (EI) = R$ 3.000
Compras (C) = R$ 5.000
Estoque Final (EF) = R$ 3.500
Devolução de Vendas (DV) = R$100
Devolução de Compras (DC) = R$150
Custo de mercadoria vendida (CMV)
Nesse caso, o Custo de Mercadoria Vendida (CMV) é de R$4.450, obtido através do cálculo CMV = 3000 + 5000+ 100 – 150 – 3500.

O que não entra no cálculo do CMV?

Há uma série de despesas comuns a todo o tipo de negócio que não incidem sobre o custo das mercadorias e, assim, não são utilizadas para encontrar o lucro bruto:

Impostos sobre o faturamento, como PIS/Cofins, IRPJ e ICMS;
Despesas administrativas, como gastos fixos com telefonia, internet e aluguel;
Despesas operacionais, como frete;
Despesas financeiras, como juros sobre empréstimos;
Despesas com vendas, como comissões.
Você acabou de assimilar o que é CMV e a importância de aplicar o cálculo nas finanças empresariais para encontrar uma margem de lucro mais realista.

Se você é empreendedor, pense no CMV como um indicador de alerta, já que a partir dele é possível identificar se há gastos exagerados para determinada operação ou mesmo no custo total do negócio.

Agora que você sabe o que é CMV, caso ache a matemática um tanto complicada, há outras formas de realizar esse importante controle mais facilmente. Uma delas é pelo controle financeiro online. Quer saber como fazer? Experimente o Keruak Software gratuitamente, por 30 dias.