Open finance: o que é e como ele muda sua rotina

O open finance é uma etapa da implementação do open banking e vai mudar o relacionamento entre clientes e instituições financeiras.

Open finance

Você certamente já notou que nos últimos anos tem acontecido uma grande mudança na oferta e na utilização de produtos e serviços bancários e, neste contexto, ganham destaque novos conceitos, como o de open finance e open banking.

A pandemia que atingiu países do mundo todo a partir do fim de 2019 só fez acentuar as grandes mudanças no comportamento das pessoas e empresas que utilizam serviços bancários.

Eles se desprenderam da necessidade de atendimento presencial e da estrutura dividida em agências para priorizar os serviços online.

São muitas as startups, fintechs e bancos digitais que estão se desenvolvendo e integrando um novo ecossistema ligado às finanças que deve substituir o modelo bancário tradicional.

Uma das mudanças mais proeminentes diz respeito ao surgimento do open banking e, consequentemente, do open finance, que pode ser considerado a fase final do open banking.

Ao longo deste artigo, você vai entender o que é open finance, quais são os seus benefícios e como ele poderá mudar a sua rotina em relação aos serviços bancários.

Além disso, se você tem dúvidas sobre a segurança do open finance, também vamos falar sobre o assunto. Então, continue a leitura!

O que é open banking?

Para entender o que é open finance, precisamos passar pelo conceito de open banking, que já abordamos aqui no blog.

Vejamos a definição dada pelo Banco Central: "Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente".

O objetivo é promover uma padronização de informações, tecnologias e processos para que todos os tipos de instituições financeiras possam compartilhar dados de clientes e transações entre si.

Essa possibilidade de compartilhamento inclui instituições tradicionais, fintechs, bancos digitais, instituições de pagamento e outras organizações autorizadas pelo banco central a oferecer serviços financeiros.

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Para que os compartilhamentos se deem de forma padronizada, são necessárias as APIs (application programming interface ou interfaces de programação de aplicativos).

Mas é importante destacar que o compartilhamento de informações entre as diversas instituições não pode ser feito indiscriminadamente.

Ele só poderá ser feito mediante consentimento do cliente, com autenticação e confirmação executados por ele, que poderá solicitar o encerramento do compartilhamento a qualquer momento.

O open banking pode ser interpretado como uma forma de democratização dos serviços financeiros, podendo incentivar a inovação no setor bancário.

Com ele, as informações circulam de forma mais transparente e os clientes têm a possibilidade de receberem melhores ofertas de serviços e políticas de crédito mais adequadas a seu perfil.

O open banking ainda está sendo implementado no Brasil e deve passar por várias fases ao longo do ano de 2022, sendo a última delas o open finance.

Veja abaixo as principais fases a serem cumpridas:

  1. Open data: compartilhamento de informações relacionadas a canais de atendimento, produtos ou serviços em conta corrente, poupança, contas de pagamento ou operações de crédito bem como as tarifas;
  2. Dados cadastrais e tradicionais dos clientes: a partir do consentimento do cliente, poderão ser compartilhados dados de cadastro e transações referentes aos produtos e serviços ligados a sua conta, cartão de crédito e operações de crédito;
  3. Serviços: nesta fase, o cliente já poderá executar pagamentos fora do ambiente do banco, através, por exemplo, de um aplicativo de mensagem. Ele também poderá solicitar propostas de serviços sem ter que acessar os canais da instituição financeira;
  4. Open finance: na fase final, o cliente poderá compartilhar os diferentes dados de produtos ou serviços ligados, por exemplo, a sua conta salário, seguros, previdência, investimentos e operações de câmbio.

E o open finance, o que é?

A partir das fases listadas acima, podemos definir open finance como a possibilidade, para o cliente, de um pleno compartilhamento de informações, que vai além das fronteiras do sistema bancário.

Assim, o intercâmbio de informações não se limita às contas e históricos bancários. O cliente pode compartilhar os históricos financeiros de suas várias plataformas digitais.

Neste contexto, ganha relevância o histórico de toda a vida financeira da pessoa e não apenas uma conta bancária, por exemplo.

Isso independe das instituições onde os dados foram originados. Eles podem estar ligados a bancos tradicionais, fintechs, cartões de crédito, plataformas de economia compartilhada, instituições fiscais, emissores de seguros, etc.

Ou seja, as informações podem ser recolhidas de onde quer que haja movimentações de dinheiro para que seja traçado um perfil completo do cliente.

Esse perfil vai possibilitar o oferecimento de produtos e serviços totalmente adequados às necessidades específicas de cada pessoa.

Quais são os benefícios do open finance?

A partir da definição exposta anteriormente, podemos perceber que a principal vantagem do open finance é a personalização da oferta dos produtos e serviços bancários.

Mas, além desse benefício, há diversos outros. Vamos citar os principais deles em seguida:

  • O cliente passa a ser o centro de todas as ofertas e transações financeiras, o que possibilita o aprimoramento dos serviços e produtos;
  • O cliente tem total controle sobre seus dados, podendo definir quem poderá acessá-los, com quais finalidades e por qual período de tempo;
  • A personalização estimula a inovação, criando novos modelos de negócio, com opções mais variadas e adequadas para cada cliente;
  • Há um estímulo à competitividade a partir da simplificação do acesso aos dados por diferentes instituições. Em outras palavras, quem detém os dados é o cliente e não a instituição financeira em si;
  • Os serviços e produtos passam a ser contratados com maior agilidade, o que melhora a experiência do cliente;
  • Os dados são compartilhados com maior transparência, reduzindo os erros e desestimulando práticas que possam prejudicar o cliente;
  • Os processos tornam-se mais seguros e surge uma maior preocupação com a privacidade dos dados devido às regulamentações e regras de segurança cibernética.
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O open finance é seguro?

Quando o assunto são dados pessoais ou dinheiro, é necessária muita cautela e a implementação do open finance pode gerar certa insegurança no que diz respeito ao tratamento dos dados.

Isso acontece porque a proposta de facilitação do compartilhamento de dados pode criar uma sensação de que qualquer pessoa conseguirá facilmente acessá-los.

Mas não é assim que o open finance funciona. Antes de sua implementação, o Banco Central preocupou-se em garantir a total segurança dos compartilhamentos.

Em primeiro lugar, precisamos lembrar que cada compartilhamento de informações só será realizado a partir da solicitação ou consentimento do cliente.

Assim, a confirmação do compartilhamento só pode ser feita seguindo as mesmas medidas de segurança que são utilizadas em aplicativos de internet banking com a devida autenticação.

Além disso, existe uma série de normas de segurança definidas pelo Banco Central que toda instituição participante do open finance deve seguir.

Periodicamente haverá uma revisão dessas normas para que possíveis falhas sejam detectadas e todo o processo continue sendo seguro ao longo do tempo.

Há ainda que se considerar a legislação vigente. A LGPD reforça que os clientes são os detentores de seus dados e são eles que devem definir quem terá acesso e por quanto tempo.

Por fim, devemos lembrar que, de acordo com a própria LGPD e com as regras do Banco Central, as instituições devem garantir a segurança do sistema, o uso adequado das informações e a transparência.

Por tudo isso, concluímos que o open finance é projetado para beneficiar os usuários de produtos e serviços financeiros, garantindo sua segurança, ou seja, trata-se de uma proposta segura que, em breve, fará parte da rotina de muitas pessoas e empresas.

Como o open finance muda a sua rotina?

O open finance pode ser traduzido como uma maior liberdade para os usuários de produtos e serviços financeiros.

Isso significa que as pessoas e empresas poderão, a seu próprio critério, enviar seus dados e seu histórico financeiro de uma instituição para outra.

Esse compartilhamento possibilitará o recebimento de ofertas cada vez melhores e mais adequadas a demandas específicas.

Por exemplo, se você não está satisfeito com os serviços de crédito da instituição bancária com a qual você lida atualmente, você pode enviar seus dados para uma outra instituição.

Essa segunda instituição poderá avaliar o seu histórico e entrar em contato com você com uma proposta personalizada e a possibilidade de taxas menores.

Ou seja, a competitividade e a inovação vão favorecer o dia a dia dos clientes, já que a qualidade dos serviços será incrementada enquanto as tarifas sofrerão reduções.

Portanto, o relacionamento entre clientes e instituições financeiras será mais transparente e a autonomia será muito maior para os primeiros.

Se sua empresa decidir mudar de instituição financeira, a autorização será muito mais ágil que na atualidade, proporcionando também uma grande otimização do tempo.

O open finance também pode ser utilizado para promover uma comparação entre as ofertas das diferentes instituições financeiras e seleção das melhores propostas.

E para aproveitar o potencial do open finance em sua empresa, algumas ferramentas de gestão podem ser suas grandes aliadas. Leia: Ferramentas de gestão: descubra as indispensáveis para sua empresa e entenda o papel fundamental das ferramentas de controle, de projeto, de planejamento, de processo e de tomada de decisão.