Entenda a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é um dos relatórios financeiros que pode te ajudar a manter suas finanças empresariais organizadas.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é um dos relatórios contábeis que os gestores podem fazer para manter as finanças de uma empresa organizadas.

Essa organização é essencial para a saúde e o sucesso do negócio, bem como para que os dados sejam divulgados de maneira adequada.

Daí a importância de manter os relatórios contábeis sempre atualizados, em especial a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, sobre a qual falaremos ao longo deste artigo.

Como o próprio nome já indica, este relatório serve para gerenciar os recursos do patrimônio líquido de uma empresa, independentemente do seu porte.

Inclusive, se você gerencia uma pequena empresa com potencial de crescimento, este é mais um motivo para ficar atento a este relatório, pois sua análise pode facilitar a tomada de decisões e fortalecer o desenvolvimento do negócio.

Nos próximos tópicos, você vai entender o que é a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, por que ela é tão importante e quando e como realizá-la.

O que é Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido?

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, ou DMPL, é um dos principais relatórios contábeis que os gestores financeiros costumam elaborar.

Nesse relatório, devem constar todas as informações referentes ao patrimônio corporativo para que ele funcione como um complemento do Balanço Patrimonial.

Na verdade, estes dois relatórios são interdependentes e atuam como bases para o controle de custos e o acompanhamento do patrimônio da empresa.

Mas lembrem-se de que o Balanço Patrimonial e a DMPL são relatórios complementares e não sinônimos.

Enquanto o Balanço Patrimonial tem a função de demonstrar a situação do patrimônio do empreendimento dentro de um determinado período, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido indica de maneira mais completa as interferências nesse patrimônio.

A DMPL apresenta dados como os referentes às reservas de capital, de lucros e de reavaliação, além do capital social e dos lucros e prejuízos acumulados.

Aliás, vale a pena dizer que a DMPL substitui a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA).

Assim, a DMPL aponta as variações de cada período analisado em detalhes, acompanhando as entradas e saídas de recursos, a distribuição de lucros e as reservas.

É nesse contexto que são encontradas as variações que podem alterar o patrimônio líquido. Uma das mais comuns é o aumento ou redução do lucro ou do prejuízo.

Outras variações possíveis são os investimentos recebidos, o prêmio em debêntures, a integralização de capital, o valor de bônus resultante da alienação de partes beneficiárias, entre outras.

Apesar de sua relevância, a DMPL não é obrigatória para a maioria das empresas. Somente as empresas de capital aberto precisam apresentá-la, de acordo com a instrução CVM 59/1986.

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Essa necessidade se dá para que os investidores possam acompanhar as variações no patrimônio líquido da empresa e tomar as melhores decisões visando à segurança de seus investimentos.

Todavia, apesar de só as empresas de capital aberto serem obrigadas a apresentar este relatório, ele é muito relevante para todas as demais, como veremos no tópico seguinte.

Por que a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido é tão importante?

Como dissemos na introdução deste artigo,  a DMPL pode ser um ótimo recurso para garantir a tomada de decisões assertivas e impulsionar o crescimento do negócio.

Quando bem utilizada, ela é o principal instrumento para o acompanhamento do desenvolvimento do patrimônio, ao lado, é claro, do Balanço Patrimonial.

Além disso, ela pode ser empregada no monitoramento da influência do patrimônio no mercado e na definição das estratégias a serem aplicadas para o atingimento de metas relativas à expansão do negócio.

No caso específico das empresas de capital aberto, ou seja, aquelas que negociam suas ações na Bolsa de Valores, a DMPL é uma exigência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Neste caso, a elaboração do relatório não é apenas uma opção, já que os investidores dependem dela para fazerem suas análises.

Mas, mesmo que seu negócio não tenha o capital aberto, você deve considerar fazer a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Isso porque, com ela, enquanto gestor, você terá uma visão ampla e transparente da situação do patrimônio da empresa.

A partir da análise deste documento e de sua associação aos dados de outros relatórios, você pode fazer projetos, estabelecer metas e definir objetivos alcançáveis, ou seja, suas ações estarão mais focadas e melhor direcionadas. Isso sem falar no auxílio quanto à identificação de possíveis gargalos relacionados ao patrimônio institucional.

Como fazer a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido?

A forma mais simples de elaborar a DMPL é dividi-la em quatro passos, sendo o primeiro deles a criação de um modelo.

Nesta primeira etapa, o foco é no estabelecimento e seguimento de uma estrutura para a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.

Essa estrutura vai permitir a comparação dos saldos do patrimônio líquido da empresa de cada período com os resultados do período anterior.

Ou seja, a criação do modelo a ser seguido vai facilitar a compreensão dos números da empresa e permitir que os gestores visualizem a destinação dada aos lucros.

Dessa forma, os saldos finais do período atual serão evidenciados desde que a estrutura estabelecida seja sempre seguida da mesma maneira.

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Os principais itens que devem compor a sua estrutura da DMPL são os saldos anteriores, os saldos atuais, as reservas e os dividendos.

E é claro que também devem ser incluídos os demais dados considerados relevantes pelo gestor.

O segundo passo para elaborar a DMPL é a adição dos saldos de abertura na respectiva parte do documento.

Em seguida, é hora de somar os valores e efetuar o preenchimento da coluna que diz respeito ao total obtido.

O terceiro passo é a inclusão das mutações do patrimônio no modelo de DMPL. Nesta etapa, você deve adicionar ou subtrair todas as movimentações financeiras ocorridas dentro do período de análise.

Você pode acrescentar tantas linhas quantas forem necessárias. O importante é que nenhuma conta da empresa seja deixada de fora.

A última etapa da elaboração do relatório é a verificação do total obtido, ou seja, o cálculo dos valores finais de acordo com cada coluna.

Os resultados obtidos neste último passo devem coincidir com os dados do balanço.

Agora que você já sabe o que é e como elaborar a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, que tal aprender um pouco mais sobre outros relatórios importantes. Leia: Relatórios financeiros: conheça os principais e saiba como utilizá-los.