Demonstração do Valor Adicionado (DVA): guia simplificado

A Demonstração de Valor Adicionado ou DVA é um relatório contábil que visa mostrar a quantidade de capital que uma empresa consegue produzir.

Demonstração do Valor Adicionado (DVA): guia simplificado

A Demonstração de Valor Adicionado ou DVA é um relatório contábil que visa mostrar a quantidade de capital que uma empresa consegue produzir.

Esse tipo de demonstrativo colabora muito com a gestão empresarial. Quando analisado minuciosamente, ele pode apontar, por exemplo, uma tendência de redução da lucratividade.

Desse modo, os gestores podem inserir a DVA em sua rotina de análise de relatórios, associando os resultados apontados aos de outros relatórios para ter um panorama da situação da empresa e tomar as melhores decisões.

Como veremos, a complexidade da Demonstração do Valor Adicionado não é proporcional aos benefícios de sua utilização como instrumento gerencial.

Ou seja, sua estrutura é bastante simples, embora sua análise deva ser feita com bastante atenção.

Nos tópicos seguintes, vamos explicar melhor o que é a Demonstração do Valor Adicionado, quem deve fazer esse relatório e como você pode montar o seu. Continue a leitura!

O que é Demonstração do Valor Adicionado?

A Demonstração do Valor Adicionado é um dos vários relatórios contábeis com os quais uma empresa pode contar para promover uma boa gestão.

Como vimos, a DVA mede a quantidade de capital que uma organização consegue gerar, ou seja, sua capacidade de gerar riqueza.

O primeiro passo para compreender essa mensuração é lembrar que a produção e a comercialização de bens e serviços realizadas pelas organizações para solucionar demandas tanto de pessoas quanto de outras empresas são feitas com o objetivo de gerar lucros.

Nesse contexto, em troca dos lucros, as empresas precisam lidar com os custos, as despesas e os riscos relacionados às suas operações.

Isso significa que a empresa precisa ter uma significativa capacidade de agregar valor aos custos totais das operações relacionadas à comercialização de produtos e serviços.

Essa capacidade é sua fonte de geração de riqueza e a DVA nada mais é do que um relatório oficial que demonstra a quantidade de valor agregado que uma empresa conseguiu produzir durante um período de tempo pré-determinado.

Em resumo, para gerar valor, as empresas precisam vender as suas soluções por preços superiores aos custos totais de sua produção e a DVA mede quanto valor foi gerado.

Banco Inter

Quem deve fazer a Demonstração do Valor Adicionado?

A Demonstração do Valor Adicionado não é um relatório obrigatório para todas as empresas, ainda que possa ser muito útil para qualquer gestor.

Na prática, quem tem a obrigação legal de emiti-la são as empresas de capital aberto, que precisam fazê-lo a cada novo período contábil.

Essa obrigação está regulamentada pela Lei 11.638/2007 e é justificada pelo direito dos acionistas a terem acesso a dados concretos a respeito do valor adicionado.

Porém, mais do que uma obrigação, a DVA é uma importante auxiliar para a tomada de decisões pelos gestores.

É por isso que as empresas de capital fechado e de economia mista também têm optado por emitir esse relatório, apesar da inexistência de obrigação.

Essa adesão faz muito sentido, já que o principal objetivo da existência de uma empresa é a geração de valor.

Como a Demonstração do Valor Adicionado aponta as variáveis mais importantes para a obtenção de resultados financeiros, ela passa a ser um relatório importante para qualquer tipo de negócio.

É a partir dela que os gestores podem fazer uma avaliação periódica dos fatores que mais geram valor para suas respectivas instituições.

Então, respondendo à pergunta que intitula este tópico: todas as empresas devem fazer a DVA, embora nem todas sejam legalmente obrigadas a emitir esse relatório.

Como montar a sua DVA?

Como já dissemos em outros artigos, relatórios contábeis e financeiros funcionam melhor quando são interdependentes.

Ou seja, muitos relatórios dependem, para serem concebidos, de dados expressos em outros relatórios, e muitos relatórios são melhor analisados quando consideram também os resultados obtidos em relatórios diferentes, porém complementares.

No caso da Demonstração do Valor Adicionado, não é possível emiti-la sem contar com as informações contidas na Demonstração de Resultados do Exercício ou DRE.

Isso significa que a imprecisão ou a falta de algum dado na DRE inviabiliza a emissão da DVA. Por isso os relatórios financeiros precisam ser pensados como um conjunto.

Um relatório depende do outro e um erro cometido na elaboração de um pode acarretar sérios prejuízos às análises financeiras da empresa de forma generalizada.

Embora seja um relatório bastante simples, a DVA tem peculiaridades que são muito relevantes, como o fato de apresentar resultados tanto em forma absoluta quanto em forma relativa.

Isso significa que, além dos dados contidos na DRE, a emissão da DVA também depende das informações pelo menos do período anterior.

Sem essas informações não é possível fazer as comparações necessárias para os resultados relativos.

A análise relativa da Demonstração do Valor Adicionado proporciona a mensuração de quanto a empresa progrediu (ou regrediu) em sua capacidade de gerar riqueza, em relação a um outro período contábil.

Sendo assim, para o cálculo da DVA, é preciso considerar todas as receitas tanto operacionais quanto não operacionais do período.

Depois da reunião desses dados, o passo seguinte é subtrair da receita total absolutamente todas as despesas operacionais relacionadas ao período de tempo analisado.

O resultado desse cálculo corresponde ao valor adicionado bruto. Quando desse resultado são descontadas as despesas não-operacionais, chega-se ao valor adicionado líquido.

O último passo para o cálculo da DVA é a distribuição do valor adicionado líquido entre os itens criadores da produção de riqueza da organização.

Dessa forma, será possível entender quais desses itens contribuem mais para a geração do valor adicionado.

Isso proporciona aos gestores um material riquíssimo para a avaliação dos pontos fortes e fracos da lucratividade de seus negócios.

Nova call to action

Além disso, do ponto de vista dos investidores e da sociedade em geral, os dados também são relevantes para a verificação de como as empresas adicionam riqueza à economia.

Não é demais enfatizar o quanto é importante contar com dados precisos para a elaboração da DVA e, como explicamos, esses dados dependem diretamente de uma DRE precisa.

Agora que você já entende como os relatórios são interdependentes e sabe como elaborar a sua Demonstração do Valor Adicionado, nossa recomendação é a leitura do artigo sobre demonstrações financeiras. Boa leitura!