Taxa Selic subiu: o que isso significa para a minha empresa

A taxa Selic subiu mais uma vez e deve desestimular o consumo, o que pode trazer consequências para o seu negócio.

Taxa Selic subiu: o que isso significa para a minha empresa

A taxa Selic subiu mais uma vez e é hora de pensar sobre as consequências dessa alteração da taxa básica de juros brasileira para a sua empresa.

O aumento foi anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) no último dia 27 de outubro, superando as estimativas do mercado financeiro.

Isso porque esta foi a sexta vez consecutiva em que a taxa Selic subiu, resultando na alta mais ampla do ciclo atual.

Além disso, ao chegar aos 7,75% ao ano, a taxa atinge o maior patamar desde outubro de 2017, quando foi reduzida de 8,85 para 7,5.

Cabe destacar também a grande representatividade do 1,5 ponto percentual de elevação (antes do dia 27, a taxa era de 6,25%).

Isso significa que esse aumento da taxa Selic é o maior em 19 anos. Em dezembro de 2002, houve uma elevação de três pontos percentuais e desde então nenhum aumento chegou a 1,5%.

Há ainda uma expectativa de um novo aumento da taxa básica de juros em mais cerca de 1,5% ainda em 2021.

É claro que esses dados são importantíssimos no contexto da economia nacional. Mas de que forma a notícia de que a taxa Selic subiu pode afetar a sua empresa especificamente?

É exatamente sobre a influência do aumento da taxa básica de juros sobre os seus negócios que vamos falar nos próximos tópicos.

Ao continuar a leitura, você saberá o que as mudanças na taxa Selic têm a ver com a gestão do seu negócio e como elas mudam o padrão de investimentos do país.

A taxa Selic subiu, mas o que a minha empresa tem a ver com isso?

Se a taxa Selic subiu, certamente todos os gestores e empreendedores de sucesso devem manter a atenção, independentemente do porte ou segmento da empresa.

É claro que as consequências podem ser maiores ou menores de acordo com as especificidades do negócio, mas não há como afirmar que determinado segmento de empresas está livre da influência da taxa Selic, já que ela afeta a economia como um todo.

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Se você está se perguntando: “A taxa Selic subiu. E agora? Como devo conduzir a gestão do meu negócio?”, o primeiro passo para entender todo esse processo, é relembrar a função da taxa Selic.

Ela é a taxa básica de juros da nossa economia e, portanto, tem como principal função o controle da inflação.

Sendo assim, quando a atividade econômica está fraca, a inflação fica mais controlada e a taxa Selic tende a sofrer quedas. Por outro lado, quanto a economia começa a ficar aquecida, a tendência é um aumento da inflação, que provoca também o aumento da taxa Selic.

Para definir os aumentos e quedas na taxa Selic, os componentes do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúnem a cada 45 dias.

Nessas reuniões, eles avaliam o ritmo da atividade econômica no Brasil e as tendências da inflação para, então, definirem as metas da taxa Selic.

Como a taxa Selic é uma referência para a definição de todas as outras taxas praticadas no país, as consequências são imediatas sobre toda a economia.

Um exemplo cotidiano é a taxa de juros que os bancos cobram dos clientes para fazerem operações de crédito.

Na situação atual, como a taxa Selic subiu, o financiamento de crédito pelos bancos fica mais caro e os custos são repassados para os clientes finais.

Nesse contexto, as taxas de juros dos cartões de crédito ou do cheque especial da sua empresa também vão aumentar, ou seja, já que a taxa Selic aumentou, pode ser que você tenha que repassar esses custos para os seus clientes também e isso tende a provocar uma queda nas suas vendas.

Também é importante citar que a taxa de juros do capital de giro do seu negócio também vai aumentar.

E, caso você precise de um empréstimo para ampliar o seu negócio ou para quitar dívidas, também será necessário pagar taxas de juros maiores.

Se a taxa Selic subiu, temos uma mudança do padrão de investimento do país, certo?

Certo!

A pergunta que intitula este tópico representa um raciocínio lógico quando se pensa nos investidores como pessoas ou empresas que emprestam dinheiro.

Resumidamente, podemos dizer que uma taxa de juros básica maior culmina em uma rentabilidade também maior para os investimentos de renda fixa.

Assim, aplicações como a caderneta de poupança, os títulos públicos e os CDI (certificados de depósito interbancário) tornam-se bem mais atrativos.

Consequentemente, muitos investidores vão comprar os títulos mais vantajosos. Como mais dinheiro será investido, haverá menos dinheiro circulando em todo o país.

Com menos dinheiro circulando, o consumo sofrerá uma queda que culminará em um maior controle da inflação.

Banco Inter

Como lidar com as mudanças da taxa Selic?

Em resumo, a taxa Selic subiu e isso torna os financiamentos mais caros e, consequentemente, menos numerosos.

Isso acontece porque há um desestímulo em relação ao consumo pelas pessoas. E, se o consumo é diminuído, isso significa que as vendas da sua empresa também sofrerão possíveis quedas.

Como minimizar, então, essa tendência de efeitos negativos para o seu negócio? O primeiro passo é ficar atento às tendências da economia nacional.

Mesmo que não seja possível saber exatamente qual será o percentual de aumento ou de queda da taxa Selic, é possível compreender se a tendência é que ela suba ou caia.

Para isso, você deve prestar atenção ao noticiário, entender os indicadores econômicos e acompanhar as declarações do Banco Central.

Assim, você poderá antecipar ou retardar decisões financeiras importantes de modo a beneficiar ou proteger o seu negócio.

Mas, e se você está precisando de um empréstimo justamente agora que a taxa Selic subiu? Nesse caso, você pode avaliar as opções oferecidas pelas fintechs.

As startups financeiras têm se mostrado boas opções para empresas que precisam de linhas de financiamento de capital de giro.

Mesmo com a notícia de que a taxa Selic subiu, dependendo da realidade do seu negócio, ainda é possível conseguir ofertas de crédito nas fintechs bem mais atrativas do que as oferecidas pelos bancos tradicionais.

Além disso, você não pode deixar de manter o seu planejamento financeiro sempre em dia. Esse é um princípio essencial para lidar não só com as mudanças da taxa Selic mas com diversas outras variáveis, previsíveis ou não.

Suponhamos, por exemplo, que, por uma falha de gestão, você tenha deixado de quitar algum imposto federal dentro do prazo legal.

Nesse caso, o possível parcelamento do seu débito será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, ou seja, se suas finanças estiverem organizadas, ao saber que a taxa Selic aumentou, suas preocupações não serão tão grandes.

Outra preocupação muito comum é em relação aos impostos pagos. Por isso, agora que você já sabe as consequências do aumento da taxa Selic, leia nosso artigo sobre impostos federais, estaduais e municipais. Boa leitura!