Taxa Selic baixa: isso é bom ou ruim para a sua empresa?

No artigo que preparamos sobre a queda da Taxa Selic, você confere como essa mudança na taxa básica de juros brasileira pode impactar nos seus negócios. Acesse nosso blog.

Taxa Selic baixa: isso é bom ou ruim para a sua empresa?

A Taxa Selic é um dos assuntos mais recorrentes quando se fala em finanças. Isso ocorre porque sua variação tem impacto direto sobre os negócios. Mas você saberia dizer quais são as consequências quando se tem uma Taxa Selic baixa?

Em revistas e noticiários, por muito tempo, lemos e ouvimos que a Taxa Selic alta era muito ruim para as empresas. Mas agora essa realidade mudou.

A Taxa Selic atual é de 2% ao ano, conforme decisão do Copom (Comitê de Política Monetária). Ou seja, temos uma Taxa Selic baixa.

Levando em consideração que esse é o menor patamar da Taxa Selic em toda a sua história, a questão é: se os altos níveis da Taxa Selic eram tão ruins para os negócios, será que a Taxa Selic baixa representa exatamente o contrário?

Podemos dizer que a Selic, como taxa básica de juros no Brasil, é uma ferramenta para o controle da inflação.

O Banco Central tem como tarefa a manutenção do poder de compra da moeda brasileira e é por isso que é importante controlar a inflação.

Se você ainda não compreende muito bem o que é a Taxa Selic e como a variação dela pode afetar sua empresa, a leitura desse artigo vai te ajudar.

Nos próximos tópicos, vamos explicar o que é a Taxa Selic no âmbito do empreendedorismo e como suas variações podem afetar as finanças corporativas.

Sobre a Taxa Selic

Sendo a taxa básica de juros no Brasil, a Taxa Selic corresponde à porcentagem de juros que o governo brasileiro paga a quem compra títulos públicos federais, ou seja, os chamados credores.

A definição dessa taxa impacta de diversas formas a economia nacional e os negócios nos mais variados segmentos.

Mas você já parou para pensar como a equipe econômica do governo procede à definição da Taxa Selic?

Existe um comitê responsável por essa definição, o Copom (Comitê de Política Monetária), formado pelo presidente e pelos diretores do Banco Central.

A cada período de 45 dias, há uma reunião do Copom com duração de dois dias, começando em uma terça e terminando em uma quarta-feira. No total, eles se reúnem oito vezes ao ano.

As reuniões são organizadas da seguinte maneira: no primeiro dia, o corpo técnico do Banco Central apresenta aos integrantes do Copom seus relatórios sobre as economias mundial e nacional. Já no segundo dia, o Copom estima quais são as expectativas em relação à inflação e decide qual será a taxa de juros a ser praticada ao longo dos próximos 45 dias.

Depois disso, a nova Taxa Selic é divulgada e, na semana seguinte, há uma divulgação da ata da reunião do Copom explicando os motivos que levaram à definição da taxa.

A Taxa Selic baixa e os impactos na economia

A Selic, como dissemos, é a taxa de juros paga pelo governo a seus credores. Trata-se de um tipo de aplicação de risco muito baixo.

Partindo desse entendimento, podemos compreender que, caso a Taxa Selic esteja em um período de alta, as instituições financeiras consideram mais interessante manter as aplicações nos títulos públicos ao invés de fazer qualquer outra coisa com o dinheiro. Isso porque elas receberão juros satisfatórios com essas aplicações.

Se temos uma Taxa Selic baixa, ocorre o contrário: como as instituições financeiras estão recebendo poucos juros com as aplicações nos títulos públicos, elas tendem a retirar essas aplicações.

Assim, podemos entender que, quando define uma Taxa Selic alta, o Copom retira dinheiro da economia e, quando há uma Taxa Selic baixa, ele consegue colocar mais dinheiro na economia.

No primeiro caso, as instituições financeiras preferem manter as aplicações em títulos públicos com riscos baixos e rendimentos altos, fornecendo menos empréstimos às empresas.

Mas com a Taxa Selic baixa, os bancos emprestam mais dinheiro para as empresas e esses empréstimos se dão em condições mais vantajosas para os empresários.

Quando a Taxa Selic está alta, o Banco Central provoca uma diminuição da demanda e consegue desacelerar a economia e conter a inflação.

Todavia, quando a atividade econômica está lenta e a inflação está sob controle, o Copom pode definir uma Taxa Selic baixa, tornando os títulos públicos menos atrativos.

Nesse último caso, os bancos e instituições financeiras buscam por outras maneiras de ganhar mais e há uma aceleração da economia.

A consequência é mais dinheiro disponível para emprestar às empresas e com uma taxa de juros menor, ou seja, as empresas têm acesso ao crédito mais barato.

Na economia nacional, o impacto ocorre por conta do maior volume de dinheiro circulando, ou seja, maior atividade econômica no país.

A Taxa Selic baixa e os impactos para as empresas

No tópico anterior vimos que, quando o Copom define uma Taxa Selic baixa, há mais possibilidades de empréstimos para as empresas.

Fica entendido então que a Taxa Selic é uma referência para as demais taxas de juros, como as dos empréstimos e as dos financiamentos.

Se há uma queda na Taxa Selic, consequentemente também caem essas outras taxas de juros.

Para as instituições financeiras e bancos, basta que a taxa de juros para empréstimos e financiamentos seja maior que a Taxa Selic para ser considerada mais lucrativa.

Assim, se sua empresa precisa de um empréstimo, ele será concedido com uma taxa que será maior do que a Selic, mas menor do que a taxa de juros cobradas quando a Selic estava em alta.

A justificativa para que os juros dos empréstimos e financiamentos sejam sempre maiores do que a Taxa Selic é o risco de inadimplência.

Existe um risco muito maior de uma empresa ou pessoa física deixar de pagar por um empréstimo do que o governo deixar de pagar os juros da Taxa Selic.

Por isso, para compensar o risco, os juros no primeiro caso são sempre maiores.

A taxa de juros que será aplicada especificamente para um empréstimo concedido à sua empresa dependerá de uma análise individual de risco.

Essa análise será feita pela instituição financeira a partir de uma documentação que você deverá entregar, além do seu histórico de pagador e do fluxo de caixa da sua empresa.

Outros fatores levados em consideração durante a análise são seu plano de negócio, a saúde financeira e as perspectivas futuras da sua empresa.

Portanto, a Taxa Selic baixa é um facilitador para sua empresa conseguir um empréstimo com juros mais baixos, porém é preciso cuidar também da situação específica do seu negócio, mantendo uma organização financeira.

Você deve ter bem claras as informações referentes à atual situação financeira do negócio e também às previsões de vendas para o futuro.

Além disso, ficará mais simples identificar as necessidades financeiras da sua empresa e as perspectivas futuras se você conhecer bem o contexto em que seu negócio se insere.

Isso envolve compreender o que está acontecendo com a economia nacional e mundial em cada momento.

Na atualidade, por exemplo, é interessante que você, enquanto gestor, compreenda as consequências da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus.

Para te ajudar com esse entendimento, sugerimos a leitura do nosso artigo sobre a crise financeira mundial, que também é uma das causas da atual Taxa Selic Baixa. Boa leitura e bons negócios!